sexta-feira, 19 de junho de 2015

SALVEM OS ΔEUSES DO OLIMPO



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A situação econômica da Grécia é deveras preocupante. A iminente necessidade de um aporte de 7.2 bilhoes de Euros em fundos de resgates, que a Grécia conta para cobrir os compromissos financeiros junto aos organismos econômicos da União Europeia, bem como, alivio interno fiscal é considerada a panaceia econômica. Se a ajuda não vier, será o desespero.

Até o dia 30 de junho do corrente ano, o governo grego tem uma verdadeira via crucis de negociações a percorrer terminando no calvário que será no dia 20 de julho de 2015 em que vence o pagamento da dívida de 3.5 bilhões de euros junto ao ECB (banco central europeu). Caso a Grécia não consiga honrar os compromissos, as coisas estarão realmente nebulosas para o pais. Com as Agências de risco reduzindo ainda mais o grau de investimento da Grécia, tornando assim, impossível sua permanência na zona do euro e caindo em “default”.

Até 2008 a economia grega exibia bons indicadores com alto índice de IDH, considerado um dos melhores da união Europeia, sendo o 25º do mundo àquela época e PIB crescente. Não obstante, a situação se desvaneceu perante o alto índice de endividamento do governo, corrupção e maquiagem de números para encobrir o alto déficit orçamentário. Veio a crise de 2008 e o governo não conseguiu mais  recuperar a economia e credibilidade junto aos mercados.

Pelo aspecto histórico e seguindo o critério evolucionista, a Grécia não pode cair. Berço da cultura, artes filosofia e política. Sendo precursora da civilização europeia, teve forte influencia sobre o império romano, que bebendo de sua cultura, a espalhou pelas regiões conquistadas e grande parte do mediterrâneo. Heládes, como gosta de ser chamados pelos Gregos, significa o elemento de conexão entre o mundo antigo e contemporâneo, com uma sociedade bastante participante na formação de um moderno pensamento crítico.

Nos dias atuais, é comum o desaparecimento de países. Estamos assistindo a desintegração da Síria, com uma guerra civil interminável que dizimou mais da metade de sua população. Um Iraque agonizante após a malfadada intervenção Americana, a aniquilação da Líbia pelas forças da Otan, comandada pela França. Disputa de poder no Sudão e em vários países africanos, e por ai vai.

Países não são como supernovas, estrelas que explodem, gerando novas constelações e sistemas solares. Países possuem alma, tem densidade, gente, evolução, construção de um modelo de sociedade que acreditam no governo, numa espécie de pacto social de Rousseau e ajudam este(s) governo(s) na persecução de um futuro digno para os seus. Portanto, qualquer  país é importante para o equilíbrio regional e mundial. A Europa aprendeu esta lição à duras penas, vide construção da União Europeia.

A saída da Grécia da zona do euro nas atuais condições em que se encontra o pais, não será um bom alvitre dos “think tank” restará muito pouca coisa para o atual governo fazer. O país vai aprofundar a recessão, aumento de desemprego, greves e população nas ruas e o governo não terá margem de manobra pois estará sem perspectivas e credibilidade para contrair novos empréstimos.

Será a ruína total do país e das instituições, possibilitando assim que grupos radicais que operam nos países do oriente médio e norte da África vislumbrem uma ótima oportunidade para derrubar o que restar de um moribundo governo e implantar o reino do terror. Estará aberta a porta de entrada para o mal na União Europeia. Uma vez dentro, é quase impossível que saia.

By
Zadok Zenas
Lisboa

[i] http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ac/El_Olimpo_batalla_con_los_gigantes.jpg




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