UMA
MOEDA PARA O BARQUEIRO - II
Partindo de aparente cognição ao
pensamento da geração “Z” percebe-se que a ênfase é a polarização. Se por um
lado sobra entusiasmo para mudar o mundo, por outro, sobeja o pessimismo e o desapontamento.
Os encantos do mundo digital, assistidos
pela tecnologia da informação com todas as suas ferramentas de inovação, tem
produzidos nesta geração uma espécie de religião virtual. Onde não há espaço e
tempo impondo limites. Todos buscam a verdade para cada um, correm juntos, mas
os interesses são difusos, produzindo uma sensação de realidade líquida,
disforme, conforme palavras do sociólogo, polonês Zygmunt Bauman em seu livro “modernidade
Líquida”.
Se comparamos os ensinamentos de
Aristóteles, temos que; os indivíduos eram educados nos melhores princípios
éticos e morais, além do conhecimento científico, para serem bons e
qualificados cidadãos, capazes de praticar belas ações. Estas ações, com o
tempo, reverteriam em favor da coletividade. Portanto, quanto mais os indivíduos
se destacavam, mais a comunidade partilhava de tais atividades resultantes.
A grosso modo, citamos como
exemplo os executivos de wall street, não pretendemos arrazoar aqui se são
lobos ou cordeiros. Fato é que se dedicam de corpo e alma a trabalharem e fazerem
fortunas. Mais tarde, na aposentadoria se destinam a filantropia ou a política.
Pois grande parte da equipe econômica do presidente Trump e também dos
anteriores, são oriundas de grandes conglomerados financeiros, como JP Morgan
Chase, Goldman Sachs, Morgan Stanley e
outros.
Em resumo, será que o pragmatismo desta geração no intuito
de criar uma disrupção com alguns princípios já conquistados pela sociedade ao
longo do tempo, que certamente carecem de um “upgrade”, é verdade, mas que não devem
ser suplantados, não estaríamos diante de um apelo ao que podemos chamar, niilismo virtual,
negando o já estabelecido?
Se assim o for, esforcemo-nos
para que tudo dê certo, pois é uma travessia insólita rumo a um mundo novo e
desconhecido. Na mitologia grega, o
responsável por realizar esta travessia era Caronte ( o barqueiro)[i].
Nesta era de pós modernidade, quem será o responsável por esta travessia, e você
já separou a sua moeda??
sobre
o autor:
Paulo S.Silvano
Oliveira
Advogado /
Consultor
Extensão em
Direito marítimo (transporte marítimo, oil & gás, avarias, etc)
“Expertise”
em portos – tendo atuado por 10 anos em portos da VALE.
Empresas de
reparos navais e Agencias marítimas.
Linkedin: BR.linkedin.com/in/paulosilvano
WWW.abreujuris.com
[i] Na
mitologia grega, Caronte (em grego: Χάρων, transl.: Chárōn) é o barqueiro do
Hades, que carrega as almas dos recém-mortos sobre as águas do rio Estige e
Aqueronte, que dividiam o mundo dos vivos do mundo dos mortos. Uma moeda para
pagá-lo pelo trajeto
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