quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

ELOGIO DA LOUCURA


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ELOGIO DA LOUCURA


Aproveitando o feriado, “nestas noites quentes de verão”, parafraseando o poeta Cazuza, curtindo as comemorações natalinas, passei a examinar a estante em busca de algum livro para ler e passar o tempo. Eis que ao lançar os olhos um pouco mais acima, deparei-me com a excelente obra literária do magnifico escritor e humanista Erasmo de Roterdã, intitulada:  ELOGIO DA LOUCURA.[i]


Trata-se de uma grande sátira e crítica mordaz à sociedade Europeia, aos potentados da época e a Igreja ocidental em suas mazelas na busca pelo poder no século XV e XVI.  A comparação com a sociedade, igreja e classe política de nossos tempos é inevitável, alterando somente o cenário em que os atos dos personagens sobrevêm. Principalmente em ano de eleição que nos espera em 2018


Mas... deixemos de lado os encômios e passemos a leitura de um dos excertos do livro, encontrado à página 7. Faculto aos leitores as comparações, pertinentes.


...Nascida no meio de tantas delícias, não saudei a luz com o pranto, como quase todos os homens: mal fui parida, comecei a rir gostosamente na cara de minha mãe. Não invejo, pois, ao supremo Júpiter, o ter sido amamentado pela cabra Amaltéia, pois que duas graciosíssimas ninfas me deram de mamar: Mete (22), filha de Baco, e Apedia (23), filha de Pã. Ainda podeis vê-las, aqui, no consórcio das outras minhas sequazes e companheiras. Se, por Júpiter, também quereis saber os seus nomes, eu vo-lo direi, mas somente em grego.

Estais vendo esta, de olhar altivo? É Filavtia, isto é, o amor-próprio. E esta, de olhos risonhos, que aplaude batendo palmas? É Kolaxia, isto é, a adulação. E, a outra, de pálpebras cerradas parecendo dormir? É Lethes, isto é, o esquecimento. E aquela, que se acha apoiada nos cotovelos, com as mãos cruzadas? É Misoponia, isto é, o horror à fadiga. E esta, que tem a cabeça engrinaldada de rosas, exalando essências e perfumes? É Idonis, isto é, a volúpia. E a outra, que está revirando os olhos lúbricos e incertos e parece dominada por convulsões? É Ania, isto é, a irreflexão. Finalmente, aquela, de pele alabastrina, gorducha e bem nutrida, é Trofís, isto é, a delícia. Entre essas ninfas, podeis distinguir ainda dois deuses: um é Komo, isto é, o riso e o prazer da mesa; o outro é Nigreton hypnon, isto é, o sono profundo.

Acompanhada, pois, e servida fielmente por esse séquito de criados, estendo o meu domínio sobre todas as coisas, e até os monarcas mais absolutos estão submetidos ao meu império. Já conheceis, portanto, o meu nascimento, a minha educação e a minha corte. Agora, para que ninguém julgue não haver razão para eu usurpar o nome de deusa, quero demonstrar-vos quanto sou útil aos deuses e aos homens e até onde chega o meu divino poder, desde que me presteis ouvidos com bastante atenção...



Caso pretendam continuar a leitura, o que recomendo, acessem o sitio abaixo.


[i] Elogio da Loucura (Encomium Moriae) Erasmo de Rotterdam (1466 — 1536) Tradução base Paulo M. Oliveira Versão para eBook eBooksBrasil.com

Elogio da Loucura - Erasmo de Rotterdam file:///C|/site/livros_gratis/elogio_loucura.htm (7 of 78) [18/1/2003 15:48:25]

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