Na música “Piston de gafieira” interpretada
magistralmente pelo inesquecível e
saudoso Moreira da Silva, narra a
história de um baile de gafieira em que tudo transcorria calmamente até que um
pé subiu e alguém de cara foi ao chão. Iniciada a confusão, a orquestra logo
toma providências para subir o tom e aumentar o som dos instrumentos para dar aparência
de normalidade, e ai o ‘ piston tira a surdina e Poe as coisas no lugar’ (sic).
No Brasil, segue o baile da economia,
anteriormente capitaneada por juros baixos, crédito fácil, larga oferta de
produtos e consumo frenético, era o “quantitative
easing” Brasileiro, largas somas de dinheiro injetadas no mercado através do
crédito fácil patrocinado pelos bancos públicos, contaminando também os bancos privados que não queriam perder a
oportunidade de auferir lucros e principalmente pelo senhor dos créditos
emprestados a juros ínfimos à classe empresária, o BNDES. Não podemos olvidar
de mencionar o brilho das commodities com demanda crescente e preços estelares, o apogeu
do baile.
Orquestra tocando, corria solto o baile até que
um pé subiu e alguém tombou ao chão, veio a crise de 2008 (a tal da marolinha) não
vai chegar por aqui! Mais crédito fácil, mais dinheiro injetado à economia,
preços e tarifas públicas represadas, mercado automobilístico aquecido e
inflação saindo de controle. Aliás, controle é o verbo menos conjugado por este
governo. Corpo no chão, desaceleração da
economia mundial, principalmente pela China, escândalos de corrupção na
Petrobras e o surgimento da operação Lava-jato trazendo a tona o imponderável, fatos
novos até então nunca presenciados pelos brasileiros.
A isto, soma-se a queda do preço do petróleo,
chegando a custar o barril “Brent” a menos de USD 23,00 valendo menos que o
próprio tambor, segundo a revista quatro rodas. Com isto esvaneceu o sonho da
Petrobras em prosseguir com o programa pré-sal. Custos de exploração altíssimos
em relação ao preço do barril atual, tornando inviável o projeto. Mas o baile
tem que continuar, apesar do país ter sofrido rebaixamento pelas agencias de
risco “downgrade”, inflação a mais de 10 por cento, taxa de juros a 14,25%.
Mais uma benesse do BC que poderia tê-la aumentado.
A orquestra diante desta situação aumenta o som
dos instrumentos, Depois da saída do Ministro Levy (estranho a orquestra) que queria parar a
música, entrou outro que imediatamente mandou tirar a “surdina do piston” para que
tocasse mais alto. Mais do mesmo querem estimular novamente a oferta de crédito
para provocar a demanda. Mas, o público já está ressabiado, melhor dizendo,
endividado e desconfiado.
Com um processo de impedimento ou “impeachment”
por sobre a cabeça, tal qual a espada de Dâmocles[1],
o governo não reúne capacidade técnica e nem política para se livrar desta
situação, com uma base política partidária extremamente arenosa, não pode
contar nem mesmo com membros de seu próprio partido o PT. Por outro lado, temos uma oposição débil e
hesitante, que também não possui habilidade e tenacidade para apresentar
propostas claras e uma direção segura ao país.
Todos sabem o que é necessário fazer, pois esta
crise já vivenciamos antes, ou seja, esta nova matriz econômica idealizada pelo
governo atual levou o país ao abismo e ainda pode piorar, se não houver um
ponto de inflexão, alterando os rumos e restaurando os fundamentos macroeconômicos
desprezados pela ideologia do PT.
A menos que haja um grande consenso nacional
envolvendo partidos de oposição, sociedade civil, Entidades de classe, empresários
e governo, não haverá solução para a crise. É preciso restaurar a confiança. Se
o governo não sair pelo impedimento, Necessário se faz a formação de um grande acórdão
nacional para restabelecer as bases de crescimento para o país.
Afinal em Davos, já estão discutindo a quarta
revolução industrial (nanoteclonogia, impressão 3D, internet das coisas, robótica).
Não podemos mais perder tempo com governos incipientes.
Zadok
Zenas
lisboa
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