ATENAS, UMA CIDADE INESQUECÍVEL
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A
viagem foi um pouco inusitada, pois um dos colegas não apareceu a tempo para o embarque e as portas do avião
já estavam por se fechar, quando de repente, aparece o outro sócio; jaqueta de
couro, cabelos bem penteados e um sorriso amarelo nos lábios, comentou: pois
é.... O trânsito estava complicado. Dito isto, sentou-se e começou a conversar
com a aeromoça a respeito da bagagem de mão.
Do
aeroporto do Galeão a Frankfurt e por fim Atenas, antigo aeroporto Ellinikon.
Pegamos um taxi e por sorte era um motorista que havia trabalhado embarcado em
navios de bandeira grega e conhecia muito bem os endereços dos principais armadores, que
iríamos visitar em Atenas e Piraeus. Passamos
a chama-lo de “Sailor”, bastante comunicativo, foi logo falando sobre os
melhores restaurantes, hotéis, pontos turísticos mais fáceis de visitar. Passou
pela avenida litorânea no sentido Atenas, Piraeus. Como era meados de Setembro,
o verão estava chegando ao fim, apesar disto, fazia bastante calor, praias lotadas
e um céu azul esplendoroso.
Chegamos
ao hotel, descansamos um pouco e saímos para jantar, seguindo Avenida. Iron
Politechniou, pegamos uma transversal até a avenida. Akti Moutsopoulos, próximo as
várias marinas. È uma avenida agradável com as marinas de um lado e de outro um
comércio esfuziante, com muitas lojas, shoppings, mcdonalds, bares e
restaurantes. Os jovens, sempre alegres conversavam sentado nos cafés, as
mulheres, muito bem vestidas escolhiam com esmero roupas, bolsas e artigos
efêmeros diversos, peculiar ao gosto feminino.
Manhã
do dia seguinte, Sailor, já nos esperava para a primeira visita do dia. Por uma
questão psicológica e não de logística,
decidimos realizar as primeiras visitas aos armadores situados em Piraeus,
cidade em que fica o hotel que estávamos hospedados. Se as coisas não saíssem
conforme planejadas, teríamos tempo de retornar a base para alterar os planos.
Sailor dirigia e mostrava os locais históricos explicando cada um deles. Não
largava o copo de café gelado que conservava no painel do carro, uma espécie de
“coffee shake” costume local, segundo ele, para se manter aceso.
Visitamos
dois escritórios de armadores nesta primeira manhã, a primeira visita, não foi
muito produtiva, estávamos meio travado e inebriado com o local e fuso horário,
(+5) horas, contando com horário de verão em relação ao Brasil. Nos dias
seguintes, as visitas foram ficando mais rotineiras e produtivas, já tínhamos
dominado a técnica e aprendido um pouco a cultura de negócios local. Fomos para
o almoço e enquanto conversávamos, notamos que alguém estava nos observando.
Com grata surpresa, era um Brasileiro que trabalhava como “surveyor”
especialista em vistoria naval para uma importante sociedade classificadora.
Falamos
sobre a hospitalidade do povo Grego, a cidade de Atenas com toda sua importância
histórica e cultural, as diversas ilhas, discorremos sobre o Brasil e foi quando nos confidenciou
que havia no Brasil um navio que tinha sido reprovado na vistoria de condição, e
precisava empreender reparos estruturais. Perguntamos pelo nome do armador,
respondeu que por questões éticas não poderia nos fornecer, insistimos e
concordou somente em mencionar o nome do navio. Dia seguinte, ligamos para o
armador do navio mencionado e agendamos uma reunião.
Mostramos
ao Sailor o endereço, falando que tinha que ser rápido pois, era uma visita
muito importante com horário muito apertado. O sujeito então se transformou, o taxi virou um bólido nas
ruas de Atenas. Graças a Deus, chegamos inteiro ao local. Todo o prédio
pertencia à empresa armadora, era uma empresa imponente com uma grande frota de
navios. A recepção impressionava, ampla, com quatro atendentes bem vestidas com
uniformes da empresa, sempre solicitas e sorridentes. Após percorrermos um longo
corredor, chegamos á imensa sala do diretor, com um tapete branquíssimo de
pele, que afundava os pés ao ser pisado. Conversamos detidamente sobre os serviços
e cronograma de reparos, por fim, concordou em que enviássemos uma planilha de
custo, para a primeira fase.
Saindo
de Glifada em Atenas, retornamos para Piraeus, bastante satisfeitos pelo andamento
dos negócios, pegamos a Avenida. Posidonos, a
beira mar, quando o motorista resolveu passar pela marina Flysvou para
comemorarmos o sucesso da reunião. Comemos uns petiscos do mar, tomamos um suco e
retornamos ao taxi.
(o
autor em Atenas, aproveitando fim de tarde, com o brilho do sol sobre o
mediterrâneo)
No
meio do caminho, fomos surpreendido por
outra particularidade, os taxistas em Atenas e Piraeus, costumam levar
passageiros distintos no mesmo veículo, desde que concordem entre si. No
evento, Sailor, parou à uma jovem Senhora que acenou, ele nos perguntou se poderia leva-la, meio
surpresos, concordamos. O pagamento da corrida é equivalente ao quilometro
percorrido. No Brasil, isto seria inviável.
Estávamos
por completar a estadia, aproveitamos o final de semana livre para visitar a
Acrópole, aderimos a um pacote turístico proporcionado pelo hotel. Chegando à sede
da empresa de turismo, fomos introduzidos a um agradável ambiente que
reproduzia um antigo vilarejo Grego. Havia colonos em trajes de época, comidas típicas,
danças folclóricas, como a tradicional dança do quebra prato(do grego, Sirtaki)
imortalizada no excelente filme Zorba o Grego, na performance impar e magistral
de Antony Quinn no papel de Zorba.
Ato
seguinte, chegamos a Acrópole, uma colina rochosa com edificações colossais,
como o Partenon com suas majestosas colunas, apesar do tempo, nos dá uma mostra
da suntuosidade e opulência em que viviam os chamados “deuses mitológicos”
quando contemplavam a cidade inteira através do platô desta colina que se ergue
aproximadamente 150 metros acima do nível do mar.
Continua
na próxima postagem
Dados sobre o autor:
Paulo
S.Silvano Oliveira
Advogado
Extensão em
Direito marítimo (transporte marítimo, oil & gás, avarias, etc)
“Expertise”
em portos – tendo atuado por 10 anos em portos da VALE.
Empresas de
reparos navais e Agencias marítimas.
Linkedin: BR.linkedin.com/in/paulosilvano
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