sábado, 6 de maio de 2017

OCEANO DE TITÃS

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    OCEANO DE TITÃS


O transporte marítimo de mercadorias é responsável por cerca de 90% das cargas movimentadas mundialmente. Segundo dados da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) o volume de cargas transportadas aumentou razoavelmente no ano de 2014 em torno de 3.4% em relação ao ano anterior, o que corresponde a uma média de 300 milhões de toneladas, perfazendo um total de 9.84 bilhões de mercadorias transportadas no ano de 2014. Fonte: UNCTAD, endereço eletrônico: http://unctad.org/en/PublicationsLibrary/rmt2015_en.pdf - pg 5

Parece uma quantidade considerável, mas não representa a expectativa geral dos armadores, que enxergam um pífio crescimento nestes números. Na verdade, a indústria marítima vem enfrentando sérias dificuldades no que concerne a oferta de cargas. O crescimento econômico mundial (world GDP) de acordo com dados da UNCTAD foi da ordem de 2.5% em 2015. Assim sendo, mostra que há excesso de navios ou espaços a bordo (gap)  no mercado e baixa oferta de cargas ou mercadorias produzidas a serem transportadas via marítima.

Isto tem gerado uma forte pressão sobre os armadores no que se refere aos custos de frete que ainda permanece muito volátil. O crescimento da frota mercante mundial girou em torno de 3.5% em 2015, alcançando um total de 1,75 bilhões de Dwt( deadweight - espaço total a bordo em tons). Este fraco crescimento, somado ao aumento da média de idade da frota (média de 25 anos ciclo útil), tem causado forte redução de novos pedidos de construções de navios (new buildings) junto aos estaleiros Coreanos, Japoneses e Chineses, impactando extremamente a indústria naval e geração de emprego e renda nestes países asiáticos.

Não podemos deixar de mencionar a indústria de “scraps” ou desmonte de navios que é também de vital importância. Pois a medida que os navios vão se tornado mais velhos, chegando ao fim de seu ciclo operacional útil, são vendidos para indústria de desmonte e sucata. Estas empresas geralmente se localizam em Bangladesh, Vietnam, Índia e outros países emergentes asiáticos que também estão sofrendo forte impacto econômico com a retração do mercado.

Por fim, o cenário aqui exemplificado é o que os armadores e indústria marítima vem se defrontando. Em recente encontro acontecido em Cingapura (Maritime CEO fórum) Alguns dos principais players da comunidade marítima se mostraram otimistas em relação ao último relatório da S&P que apresenta a indústria Chinesa reagindo com leve demanda de consumo de aço em 4% e aumento das importações em minério de ferro em 12% e carvão a média de 30%. Concluindo, este é verdadeiramente um mercado para Titãs.

Para outras informações, este escritório se coloca a inteira disposição dos leitores e potenciais clientes para prestação de consultorias ou solução de litígios.

Sobre o autor:

Paulo S.Silvano Oliveira
lawyer - Consultant
Extension in maritime law (shipping, oil & gas, loss and averages, etc.)
"Expertise" in ports - having worked for 10 years in VALE ports.
Maritime Agency and naval repairs.
email: paulosilvano.juridico@gmail.com
Linkedin: BR.linkedin.com/in/paulosilvano
www.abreujuris.com



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