OCEANO
DE TITÃS
O
transporte marítimo de mercadorias é responsável por cerca de 90% das
cargas movimentadas mundialmente. Segundo dados da OCDE (Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico) o volume de cargas transportadas
aumentou razoavelmente no ano de 2014 em torno de 3.4% em relação ao ano anterior,
o que corresponde a uma média de 300 milhões de toneladas, perfazendo um total
de 9.84 bilhões de mercadorias transportadas no ano de 2014. Fonte: UNCTAD, endereço
eletrônico: http://unctad.org/en/PublicationsLibrary/rmt2015_en.pdf
- pg 5
Parece
uma quantidade considerável, mas não representa a expectativa geral dos
armadores, que enxergam um pífio crescimento nestes números. Na verdade, a indústria
marítima vem enfrentando sérias dificuldades no que concerne a oferta de
cargas. O crescimento econômico mundial (world GDP) de acordo com dados da
UNCTAD foi da ordem de 2.5% em 2015. Assim sendo, mostra que há excesso de navios ou
espaços a bordo (gap) no mercado e baixa
oferta de cargas ou mercadorias produzidas a serem transportadas via marítima.
Isto tem
gerado uma forte pressão sobre os armadores no que se refere aos custos de
frete que ainda permanece muito volátil. O crescimento da frota mercante
mundial girou em torno de 3.5% em 2015, alcançando um total de 1,75 bilhões de
Dwt( deadweight - espaço total a bordo em tons). Este fraco crescimento, somado
ao aumento da média de idade da frota (média de 25 anos ciclo útil), tem
causado forte redução de novos pedidos de construções de navios (new buildings)
junto aos estaleiros Coreanos, Japoneses e Chineses, impactando extremamente a indústria
naval e geração de emprego e renda nestes países asiáticos.
Não
podemos deixar de mencionar a indústria de “scraps” ou desmonte de navios que é
também de vital importância. Pois a medida que os navios vão se tornado mais
velhos, chegando ao fim de seu ciclo operacional útil, são vendidos para indústria
de desmonte e sucata. Estas empresas geralmente se localizam em Bangladesh, Vietnam,
Índia e outros países emergentes asiáticos que também estão sofrendo forte
impacto econômico com a retração do mercado.
Por fim, o
cenário aqui exemplificado é o que os armadores e indústria marítima vem se
defrontando. Em recente encontro acontecido em Cingapura (Maritime CEO fórum) Alguns
dos principais players da comunidade marítima se mostraram otimistas em relação
ao último relatório da S&P que apresenta a indústria Chinesa reagindo com
leve demanda de consumo de aço em 4% e aumento das importações em minério de ferro
em 12% e carvão a média de 30%. Concluindo, este é verdadeiramente um mercado para Titãs.
Para
outras informações, este escritório se coloca a inteira disposição dos leitores
e potenciais clientes para prestação de consultorias ou solução de litígios.
Sobre o autor:
Paulo
S.Silvano Oliveira
lawyer - Consultant
Extension in maritime law (shipping, oil & gas,
loss and averages, etc.)
"Expertise" in ports - having worked for 10
years in VALE ports.
Maritime Agency and naval repairs.
email: paulosilvano.juridico@gmail.com
Linkedin: BR.linkedin.com/in/paulosilvano
www.abreujuris.com
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