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A situação econômica da Grécia é deveras
preocupante. A iminente necessidade de um aporte de 7.2 bilhoes de Euros em
fundos de resgates, que a Grécia conta para cobrir os compromissos financeiros
junto aos organismos econômicos da União Europeia, bem como, alivio interno
fiscal é considerada a panaceia econômica. Se a ajuda não vier, será o desespero.
Até o dia 30 de junho do corrente ano, o
governo grego tem uma verdadeira via crucis de negociações a percorrer
terminando no calvário que será no dia 20 de julho de 2015 em que vence o
pagamento da dívida de 3.5 bilhões de euros junto ao ECB (banco central europeu).
Caso a Grécia não consiga honrar os compromissos, as coisas estarão realmente
nebulosas para o pais. Com as Agências de risco reduzindo ainda mais o grau de
investimento da Grécia, tornando assim, impossível sua permanência na zona do
euro e caindo em “default”.
Até 2008 a economia grega exibia bons
indicadores com alto índice de IDH, considerado um dos melhores da união
Europeia, sendo o 25º do mundo àquela época e PIB crescente. Não obstante, a
situação se desvaneceu perante o alto índice de endividamento do governo,
corrupção e maquiagem de números para encobrir o alto déficit orçamentário.
Veio a crise de 2008 e o governo não conseguiu mais recuperar a economia e credibilidade junto aos
mercados.
Pelo aspecto histórico e seguindo o critério
evolucionista, a Grécia não pode cair. Berço da cultura, artes filosofia e
política. Sendo precursora da civilização europeia, teve forte influencia sobre
o império romano, que bebendo de sua cultura, a espalhou pelas regiões
conquistadas e grande parte do mediterrâneo. Heládes, como gosta de ser
chamados pelos Gregos, significa o elemento de conexão entre o mundo antigo e
contemporâneo, com uma sociedade bastante participante na formação de um moderno
pensamento crítico.
Nos dias atuais, é comum o desaparecimento de
países. Estamos assistindo a desintegração da Síria, com uma guerra civil
interminável que dizimou mais da metade de sua população. Um Iraque agonizante
após a malfadada intervenção Americana, a aniquilação da Líbia pelas forças da
Otan, comandada pela França. Disputa de poder no Sudão e em vários países
africanos, e por ai vai.
Países não são como supernovas, estrelas que explodem,
gerando novas constelações e sistemas solares. Países possuem alma, tem
densidade, gente, evolução, construção de um modelo de sociedade que acreditam
no governo, numa espécie de pacto social de Rousseau e ajudam este(s)
governo(s) na persecução de um futuro digno para os seus. Portanto,
qualquer país é importante para o
equilíbrio regional e mundial. A Europa aprendeu esta lição à duras penas, vide
construção da União Europeia.
A saída da Grécia da zona do euro nas atuais
condições em que se encontra o pais, não será um bom alvitre dos “think tank”
restará muito pouca coisa para o atual governo fazer. O país vai aprofundar a recessão,
aumento de desemprego, greves e população nas ruas e o governo não terá margem
de manobra pois estará sem perspectivas e credibilidade para contrair novos
empréstimos.
Será a ruína total do país e das
instituições, possibilitando assim que grupos radicais que operam nos países do
oriente médio e norte da África vislumbrem uma ótima oportunidade para derrubar
o que restar de um moribundo governo e implantar o reino do terror. Estará
aberta a porta de entrada para o mal na União Europeia. Uma vez dentro, é quase
impossível que saia.
By
Zadok
Zenas
Lisboa
[i] http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ac/El_Olimpo_batalla_con_los_gigantes.jpg